7.5.11

eu sei que é enorme, mas estava a precisar de escrever tudo isto

Lembro-me perfeitamente, que quando era mais nova, a única coisa que me deixava feliz era o facto de ir para aquela aldeia onde os meus avós tinham uma casa, perto da Guarda, uma pequena aldeia do interior, que apesar de eu gostar imenso de praia, amava muito mais aquela aldeia, cujo nome na altura com certeza desconhecia, mas a felicidade que me enchia o corpo e a alma só pelo facto de acordar e ouvir os meus pais dizerem-me que íamos para lá, não há explicação para aquela mistura de sentimentos que me percorria, simplesmente tornava-me uma criança bastante mais feliz. Penso que o que me fazia gostar tanto daquele maravilhoso lugar era a liberdade que tinha, as brincadeiras improvisadas, a simpatia das pessoas, e sendo eu uma pequena criança era bastante extrovertida, as brincadeiras inocentemente perigosas, recordo-me que passava por casas abandonadas e ia para lá brincar sem preconceito algum, por vezes pegava nos bonecos e ia para o largo em frente à casa, pousava-os em forma de círculo no chão, e inventava histórias, até que aparecia alguém e eu na minha inocência ia falar com essa pessoa sem vergonhas e pegava num livro, mas como não sabia ler inventava, eram brincadeiras simples, mas com um grau elevado de liberdade e era isso que me fazia gostar tanto daquela pequena aldeia, a simplicidade e a liberdade de viver lá um curto período de tempo. Amava (…) mas conforme o tempo foi passando, conforme fui crescendo, fui esquecendo essas razões, as razões que me atraíam àquela aldeia, por vezes estava lá uma semana e cansava-me, talvez por não conhecer ninguém da minha idade, alguém com quem pudesse falar e fazer o que gosto, e assim fui perdendo o interesse por aquele lugar. Agora, agora como quem diz, desde à um ano atrás que me tenho fascinado mais com aquele pequeno e encantador lugar, sempre que posso tento ir lá, talvez porque tenha construído grandes amizades, pelas quais já cometi bastantes erros, mas que me fizeram crescer mais um pouco, interiormente, e agora depois de tudo o que passei naquele lugar, sei quem e o quê que realmente importa. [Com isto quero dizer que fiz coisas que na altura achava o mais correcto e acabei por magoar uma das pessoas que mais amava, e por momentos quase que a perdia, atrevo-me a dizer que foi dos piores momentos da minha vida, mas após esse vieram muitos mais, tão maus ou até piores, os quais agora podem já ser passado e não significar nada, mas na altura, na altura afectaram-me imenso, e se calhar até mereci. Mereci da primeira vez, agora das segundas, terceiras, quartas vezes (…) e com muita pena, por aí adiante, não, essas não mereci. Não sei porque o fizeste, talvez tenha uma pequena ideia até, mas que o fizeste, fizeste e magoaste-me. Sabes ou tens uma pequena noção das infinitas vezes que disse para mim e para os mais próximos, que estava cansada da tua indecisão, que te ia esquecer, que eras passado? Sim disse-o inúmeras vezes, mas a verdade é que apesar de estar cansada da tua indecisão, das tuas mentiras e tudo isso, eu amava-te com todo o coração e não te conseguia esquecer de forma alguma e talvez não conseguisse, porque não o queria fazer. E muita gente me perguntava porque não o queria, na altura não sabia como responder a isso, mas sentia-o, tu até podias dizer que não gostavas de mim, mas continuavas a ser tu o ser que me dava forças para continuar a esperar e a ter paciência, pois via-se no teu olhar, no teu sorriso que ainda me amavas, e isso dava-me vontade de lutar por ti. Apesar de teres cometido o mesmo erro umas quantas vezes, eu nunca deixei de acreditar que me amavas, eu sabia-o e tu também, só não estavas pronto para o admitir. E fiz bem, porque todo este tempo que esperei por ti valeu a pena, pois agora estás a meu lado, e digo com todas as certezas do mundo que te amo e que estou bastante feliz por tudo isso!]. Perante este desabafo, este parêntesis, como que lhe queiram chamar, só tenho a agradecer a essas pessoas dessa tal aldeia por me terem apoiado nas decisões que tomei, mesmo não concordando com elas, deixando-me aprender com os erros em vez de me deterem, agora sei que foi a decisão mais correcta da vossa parte, obrigada por existirem e por me fazerem ver o que é realmente importante (…)!

(nunca duvides, eu amo-te)
Por vezes sinto que não sou assim tão importante para ti, que não precisas assim tanto de mim, que não me amas assim tanto, sinto que existem pessoas mais importantes que eu, e o pior é que compreendo isso mas custa-me aceitá-lo :s

amo-te !